Karen Olímpio e Henrique Avancini vencem o Campeonato Brasileiro de Cross Country 2021 tanto no Short Track (XCC) quanto no Olímpico (XCO). A corrida aconteceu pelo terceiro ano consecutivo na cidade de Mairiporã, em São Paulo.
Desta vez o circuito recebeu diversas mudanças, com novos obstáculos (incluindo um trecho de pumptrack) e subidas mais curtas. Cada volta teve 4.810 metros de extensão e 178 metros de altimetria acumulada.
“Muito feliz com mais um título brasileiro. Enquanto eu estiver ativo quero ter essa bandeira no peito”, resumiu Avancini após a vitória.
“Foi uma prova pesada, terminei muito cansado e, agora, preciso de férias. Me senti ameaçado para conseguir buscar forças no fundo da alma. Sempre que passeio com a minha filha e ela vê uma bandeira do Brasil ela diz ‘a sua bandeira do Brasil’ e hoje ela mandou um áudio me pedindo para ganhar a minha bandeira do Brasil.”
A prova de XCO teve 4 voltas no feminino e 5 no masculino.
Avancini venceu com o tempo de 1h19min35seg, depois de uma disputa intensa nas três primeiras voltas com José Gabriel, Luiz Henrique Cocuzzi e trabalho em equipe com Ulan Galinsky (seu “pupilo” na Caloi Henrique Avancini Racing). Quando ele conseguiu abrir uma vantagem grande, precisou parar na área de apoio para trocar a roda traseira que apresentava problemas no freehub.
“Logo no começo da prova senti um problema na roda e fiquei com medo de estourar a corrente. Construí uma vantagem para conseguir parar e trocar. Consegui aumentar a diferença antes da parada e ainda sair em primeiro. Talvez desse para seguir direto, mas não podia arriscar arrebentar a corrente longe do ponto de troca. Às vezes pequenos problemas nos obrigam a tomar decisões estratégicas”, explicou.
No feminino, Karen Olímpio cruzou a linha de chegada do Campeonato Brasileiro de Cross Country XCO com 1h25min04seg, seguida de Letícia Cândido (+39seg) e Isabella Lacerda (+1min4seg), esta última que voltou este ano às competições depois de cumprir 4 anos afastada das pistas.
Na categoria Sub-23 Marcela Lima e Gustavo Xavier defendem seus títulos conquistados em 2020.
Veja abaixo o TOP 5 de cada categoria
Feminino
XCC: Karen Olímpio, Hercília Najara, Isabela Lacerda, Letícia Cândido, Raiza Goulão
XCO Elite: Karen Olímpio, Letícia Cândido, Isabela Lacerda, Hercília Najara, Raiza Goulão
XCO Sub-23: Marcela Lima, Sabrina Oliveira, Iara Leite
Masculino
XCC: Henrique Avancini, José Gabriel, Gustavo Xavier, Ulan Galinsky, Alex Malacarne
XCO Elite: Henrique Avancini, Luiz Cocuzzi, José Gabriel, Edson Rezende, Ulan Galinsky
XCO Sub-23: Gustavo Xavier, Alex Malacarne, Cainã Oliveira
*em negrito: atletas da Caloi Henrique Avancini Racing
Para mais resultados, clique aqui.
Mountain Bike Cross Country SHORT TRACK
A prova de XCC (cross country courte) é moldada para durar 20-25 minutos e acontece em uma pista de aproximadamente 1 quilômetro (que normalmente é em uma parte mais rolada da pista de XCO).
Por ser uma disciplina nova, atletas da categoria sub-23 largam junto com a elite.
A corrida é intensa, explosiva e muito estratégica. Atletas costumam usar as primeiras voltas para se estudarem e analisarem as adversárias. É comum ver vários ataques acontecerem, o que vai aos poucos quebrando o pelotão da frente e selecionando quem chega para o sprint final.
2020 foi o primeiro ano em que tivemos um campeonato brasileiro de XCC, que foi vencido pela jovem Giuliana Morgen no feminino e Henrique Avancini no masculino.
Em 2021 aconteceu pela primeira vez na história do mountain bike o Campeonato Mundial de MTB XCC, no qual nosso ídolo Henrique Avancini ficou com a medalha de prata. A camisa de arco-íris foi para Christopher Blevins (EUA) e Sina Frei (SUI).
“Nem só de vitórias e medalhas vive o atleta. Acredito muito que a performance é muitas vezes mais importante do que o resultado em si. Larguei hoje muito consciente, sabendo o que eu queria entregar. Estava bem na prova, na segunda colocação quando tive um furo de pneu logo após passar no apoio então foi bem complicado. Fiz a volta praticamente toda com o pneu no aro. Perdi algumas posições e gastei um pouco de energia mas não desisti, continuei entregando. Parei no apoio, troquei a roda e consegui recuperar e finalizar no top 5. To feliz com a entrega e minha consciência durante a prova”, diz Ulan.
O short track na copa do mundo de mountain bike
Desde 2018 o XCC entrou para o circuito de Copas do Mundo para apimentar as disputas: os 40 primeiros atletas do ranking tem direito a largar nessa corrida que acontece na 6ª feira.
O objetivo é definir as 3 primeiras filas de largada. Como a regra são 8 atletas por fila, a briga é para entrar no TOP 24.
Para quem é novo no MTB XC, a largada é como na Fórmula 1: cada posição conta!!!
Em 2022 o XCC ganhará ainda mais importância no cenário da copa do mundo, pois terá um ranking próprio, será uma corrida por si só! Detalhes de como isso vai acontecer estão por vir.
“Não enxergo muitos erros nem muitos acertos, acho que eu fiz o que podia fazer com a minha forma física. De certa forma é um resultado longe do que eu esperava. Ano passado com o pneu furado eu garanti um top 5 e agora fazer um top 7 tem um gosto amargo pra mim. Espero usar isso na minha reta final de temporada como motivação para dar a volta por cima no próximo ano”, diz Guilherme Muller.
Mountain Bike Cross Country OLÍMPICO
O mountain bike cross country ganhou o nome “olímpico” em 1996, ao ser incorporado no calendário dos Jogos Olímpicos de verão (em Atlanta). Bart Brentjens e Paola Pezzo foram os primeiros campeões olímpicos de mountain bike, em uma prova que durou por volta de 2h (versus 1h20 de hoje em dia!).
Desde então, essa disciplina começou a ser moldada para o público que acompanha tanto na arena do evento, quanto pela televisão. A pista foi encurtando, ganhando obstáculos construídos pelo homem e a corrida ficando cada vez mais disputada e intensa.
Graças a tudo isso, o mountain bike cresceu e ganhou muitos praticantes no mundo todo, o que agregou valor e formou grandes equipes ao longo dos anos. É no XCO onde há mais investimento quando falamos de mountain bike de alta performance.
O atleta Caloi com melhor resultado no Campeonato Brasileiro de Cross Country Olímpico 2021 foi Edson Rezende, seguido de Ulan Galinsky (P5) e Guilherme Muller (P7). No feminino, Marcela Lima defendeu o título de campeã brasileira sub 23.
“Foi muito especial. Pra mim o 4 lugar foi a minha vitória. Saio daqui muito feliz com esse resultado. Esse ano foi difícil pra mim, tive muitos altos e baixos. Isso pesou pra cabeça numa temporada longa como essa. E chegar nessa prova e entregar de maneira limpa e muito consciente como fiz me deixa muito satisfeito, faz todo meu ano valer a pena”, diz Edinho.
Clica aqui para assistir a REPRISE das provas de XCC e XCO do Campeonato Brasileiro de Mountain Bike Cross Country na RedBull TV.